segunda-feira, 6 de setembro de 2010


I

Não reconheço.
O que pode ser além daquilo que vejo?
Vejo sinais, vejo gente, vejo caminhos
E todos interligados como necessidade.
Porém, não se reconhecem.
Transito por cantos, os bares falam,
As coisas se olham, mas cada um no seu canto.
Deveria, realmente, estar aqui? Ou seria melhor ali?
Às vezes nos questionamos tanto. Talvez seja esta a grande falha:
Querer saber demais e viver de menos.

O tempo que nos leva junto, de repente, deve saber a resposta.
Mas, pensando bem, o culpado de tudo é ele. Degrada-nos e revela que, com o tempo,
A gente não se reconhece mais.

II

Deixo que me falte palavras.
Ao passo que em outros segundos,
Seguidos ou não,
Juntá-las-ei novamente.
Crio e construo, senão o que me vem à mente,
E de meu contentamento,
o sentido se perde e só.

Faço dele nada, ou apenas como coisa que dá nó,
Parado onde é fruto de si mesmo,
Pois se quero, é muito além do que vejo.

E o tempo vem e passa, e vai,
Levando-nos a um lugar
        [onde já estamos.
Porque gostamos de ser assim: sempre; e sermos outros,
        [jamais ousamos.

E por entre olhares perdidos os quais nos julgam ou nos
        [levam a crer que somos,

Perguntamo-nos se é isto:
O que queremos; e um aviso: o que sempre seremos.

Como o mundo que se faz de nada
Ou a vida, que, com ela, aprendemos.


Por alguém muito especial. Alguém que só sabe organizar casa [e escrever].
L Nazar

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