segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Instante petrificado


Após terem transformado os tantos quilômetros que os separavam em mínimos centímetros de distância, o irreal em palpável, o inacreditável em verdadeiro; ali estavam eles, cercados por quatro paredes, escurecidas pela falta de luz elétrica e até mesmo de luz solar, interrompidas pelas grandes janelas escuras.
Era dia. O bom humor exalava no ar. E não apenas o fato da luz do dia elevava em tamanha altura as taxas de humor. O que existia naquele instante era uma frequência de pensamentos indescritível.
Chegaram, entraram, sorriram à vontade. Era como se  houvesse anos de convivência (que na realidade, não passavam de alguns minutos).
Euforicamente, cantavam  suas músicas em comum.
Foi quando então, os olhares pararam em uma só linha de direção, fixando ali, como se os brilhos formassem um só jato de luz naquele cômodo escuro.
Os passos, involuntariamente, caminharam em sentidos diferentes, porém, na mesma direção.
De encontro, as mãos se uniram, oferecendo tal junção também ao restante dos corpos ali presentes.
Sorrisos inegáveis atropelaram o sincronismo daquele momento.
Uma mordida no canto da boca, uma mão na nuca, um suspiro, um instante, um leve encontro de lábios...

O mundo parou.

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